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Gripe aviária: professor da Uniube fala sobre doença viral que chegou ao Brasil neste mês


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Humberto Eustáquio Coelho: Professor de Patologia do curso de Medicina Veterinária da Uniube
Por: Carolina Oliveira

Até o momento, treze aves de espécies migratórias e silvestres foram contaminadas, mas nenhum caso foi registrado em aves comerciais ou em seres humanos. De 2005 a abril de 2023, mais de 400 milhões de aves domésticas foram sacrificadas por causa da influenza aviária em países da África, Ásia e Pacífico, Américas, Europa e Oriente Médio, de acordo a Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH).O professor de Patologia do curso de Medicina Veterinária da Uniube, Humberto Eustáquio Coelho, conversou com nossa assessoria de imprensa, e falou sobre o vírus e os cuidados que o momento requer.

– O que é a gripe aviária? 

Prof. Humberto Eustáquio: A gripe aviária é uma doença viral e é um vírus que tem dois antígenos diferentes: o H e o N, portanto, tem quinze H e nove N. Essa combinação é muito diversificada e isso torna o vírus mais complicado. A versão mais famosa até hoje é o H1N1, e agora está sendo diagnosticado aqui no Brasil, em aves selvagem, o H5N1, que é importante, porém, mais perigoso para as aves de granja. As pessoas não precisam se preocupar muito neste momento. 

Como o vírus age na ave?

Prof. Humberto Eustáquio: É um vírus da influência A, ou seja, é uma gripe. A ave espirra, tosse, tem secreção nasal e, às vezes, demora até uma semana para morrer, mas aquelas que são mais fracas, morrem subitamente. Esse vírus também tem predileção pelo coração, por isso, pode provocar miocardite, e com isso, provocar uma morte súbita. Mas não é fatal em todas as aves, elas podem sobreviver, podendo passar até despercebido, sendo assim a mortalidade não chega a 100%.

– Quem corre o risco com esse vírus?

Prof. Humberto Eustáquio: São as pessoas que trabalham com as aves, os tratadores, os veterinários, os profissionais que podem ter o contato direto com os animais, porque vão manusear essas aves doentes. Outras pessoas não precisam ter medo, afinal, ele não é transmitido através do consumo da carne. Portanto, é um problema, mas temos que estar em alerta, mas não em pânico.

– Em caso de contaminação em ser humano, como o vírus se desenvolve?

Prof. Humberto Eustáquio: No ser humano não é uma coisa para termos tanta alerta assim, é uma gripe e assim como na ave, há risco de morte, mas reforço que não é 100% letal. É um risco para tratadores ou, por exemplo, curiosos. Uma pessoa ao ver uma ave doente, pegar e levar para casa na tentativa de ajudar, pode correr um grande perigo. Neste momento, não podemos brincar de cuidar desses animais. Recomendamos que a população comunique com autoridades sanitárias, afinal, o Brasil não quer correr o risco que o vírus chegue aos grandes criatórios.

– Qual é a situação atual no país?

Prof. Humberto Eustáquio: No momento, a situação está controlada e sendo observada. As autoridades sanitárias estão atentas e já foi dado um alerta emergencial em todo o Brasil. Exatamente por isso é importante falarmos sobre esse tema, para que todos tenham esse cuidado, por enquanto a doença está apenas em aves selvagens, porque vem de aves migratórias. É um risco para os ribeirinhos, pessoas que frequentam praias, ilhas, e temos o Pantanal, que tem muita água e há uma migração para lá, então é importante que tenha uma atenção especial ao Pantanal no momento.

A influenza aviária é considerada uma doença viral altamente contagiosa e afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas. Entre os sintomas estão: andar cambaleante; pescoço torto; aspecto abatido; dificuldade respiratória; diarreia; alterações bruscas no consumo de água e ração nas aves de criação e redução na produção ou má formação de ovos. Atenção: Não é recomendado tocar e nem recolher aves doentes. 

Fonte: Uniube

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